quinta-feira, 2 de julho de 2015

Europa e caviar

tal como o meu coração na caixa torácica, a minha posição política é de centro-esquerda. nunca provei nem tenho pressa de provar caviar. provavelmente, nem sequer me atreveria a prová-lo, porque não sou dado a "iguarias" bizarras. 
contento-me com a comida tradicional, cozido à portuguesa, carne de porco à alentejana, bacalhau com natas, sopa da pedra, caldo verde, caldo à lavrador, bacalhau cozido com batatas e grelos, bacalhau à Narcisa e à Gomes de Sá, pasteis de nata e queijadas de Tentúgal.
vem isto a propósito da maneira como se lê o que se está a passar na União Europeia. 
os caviares de esquerda e direita vociferam, cada qual para seu lado, com os seus modelos fora da realidade, uns porque demasiado assim, outros porque demasiado assado. os caviares de direita porque a culpa é da Grécia e dos gregos, os caviares de esquerda porque a culpa é da Alemanha e dos alemães.
é por demais evidente que as coisas não estão bem, que a União Monetária europeia deu um estrondoso berro. que é preciso voltar ao ponto de partida e construir uma União noutros pressupostos, uma União que seja imune aos jogos e tramoias dos especuladores bolsistas e capitalistas sem escrúpulos.
até porque não há nada que diga que os especuladores bolsistas e os capitalistas em geral tenham que ter escrúpulos.